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Polícia Civil acredita que mulher que matou gestante em Nerópolis tinha a intenção de ficar com o bebê

A delegada Azuen Magda Albarello, da delegacia de Nerópolis, ouviu na noite desta terça-feira (27)…

A delegada Azuen Magda Albarello, da delegacia de Nerópolis, ouviu na noite desta terça-feira (27) o depoimento de Suellen Coimbra do Carmo, de 27 anos, suspeita de ter assassinado a gestante Naiara Silva da Costa, de 22, e arrancado o bebê da barriga dela. A investigada afirmou que havia feito um acordo com a vítima para que ela pudesse ficar com a criança, e as mortes teriam acontecido de forma não premeditada. A Polícia Civil, entretanto, não acredita nessa versão.

De acordo com a delegada, em seu depoimento Suellen afirmou que havia contatado Naiara, que morava em Goiânia, há cerca de três semanas, pelo Facebook. “Ela alegou que foi perguntar se a Naiara tinha interesse em receber mantimentos, doações, enxovais”, relata Azuen.

Na versão da suspeita, a vítima teria confessado a ela que não tinha interesse de ficar com o bebê. Assim, elas teriam combinado que Naiara, já grávida de quase nove meses, iria até a casa de Suellen, em Nerópolis, onde o parto seria realizado e o bebê seria deixado para que a investigada pudesse cuidar.

“Elas teriam jantado e a autora deu Rivotril para a vítima, que começou a enrolar a língua e virar os olhos”, conta a delegada. “Ela então ficou assustada e pegou uma corda para enforcá-la. Ela diz que não prestou socorro porque ficou com medo da polícia”, complementa.

Nada disso convenceu a delegada. Conforme ela disse, a suspeita teria planejado o crime desde o início.

Naiara teria sido morta por enforcamento após ingerir medicamentos

“A Suellen perdeu um bebê há cerca de dois meses. Nós acreditamos que ela queria matar a Naiara e ficar com o bebê dela”, afirma.

Azuen conta que, pelo que ficou apurado até o momento, depois de ter enforcado a vítima, Suellen utilizou um bisturi para abrir a barriga dela e retirar o bebê. “Ela tentou fazer respiração boca-a-boca com o feto, mas não adiantou. Ele veio a óbito e foi colocado em uma bacia, em cima da cama”, descreve a delegada.

Até onde se sabe, Suellen tem um companheiro, que seria o pai do bebê que ela perdeu, mas não há indícios de que ele teria tido participação no crime. A polícia ainda apura se a autora realmente deu medicamentos para a vítima e de que forma a convenceu a tomá-los. Os exames toxicológicos devem apurar ainda se Naiara estava desacordada no momento do assassinato.

Ainda nesta quarta, Azuen deve começar a ouvir parentes e vizinhos de Suellen, que teria chegado a utilizar uma barriga falsa para não deixar transparecer que havia perdido o bebê que aguardava. A suspeita permanece detida, à disposição do Poder Judiciário.