Saúde

Março Azul Marinho: médico goiano alerta para prevenção ao câncer de intestino

Segundo o médico oncologista, esse tipo de câncer é um dos tumores malignos mais frequentes no mundo e também um dos mais letais

Março Azul Marinho alerta para prevenção contra o câncer de intestino. Foto: Agência Brasil

Uma campanha de alcance nacional mobiliza entidades, médicos, clínicas e a população em geral durante o Março Azul Marinho. Este mês foi escolhido para conscientização e prevenção do câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal.

Gabriel Santiago, médico oncologista, explica que o objetivo dessa iniciativa é incentivar o diagnóstico precoce e o tratamento do câncer de intestino logo nos primeiros estágios da doença, por meio da prevenção primária e secundária. Segundo o médico, esse tipo de câncer é um dos tumores malignos mais frequentes no mundo e também um dos mais letais.

“A descoberta do câncer colorretal em seu estágio inicial garante que o paciente tenha grandes chances de eliminar a doença. Quando detectado precocemente, a sobrevida em cinco anos é de 95%,” afirma o Santiago.

Ele também destaca a importância dos hábitos alimentares na prevenção desse câncer. O consumo excessivo de carne vermelha, gordura animal, carnes processadas (como bacon e salsicha), bebidas alcoólicas, tabagismo e o sedentarismo são fatores de risco observados no desenvolvimento da doença

Diagnóstico

Conforme explica o oncologista, sintomas como perda de peso inexplicada, diarreia, alternância entre prisão de ventre, presença de sangue e muco nas fezes são irregularidades atípicas do intestino. No entanto, o médico alerta que é importante procurar um profissional se esses sintomas persistirem.

“Entretanto, esses são sintomas comuns em problemas como infecção intestinal, hemorroidas, intoxicação alimentar e fissura anal. Portanto, se eles persistirem por mais de um mês e estiverem acompanhados de anemia e massa abdominal, é recomendado consultar um gastroenterologista ou clínico geral, especialmente se houver fatores de risco”, adverte Gabriel Santiago.

Quanto ao diagnóstico, segundo Gabriel Santiago, ele pode ser realizado por meio de exames como:

Colonoscopia: Um procedimento em que um equipamento com câmera captura de imagens do intestino.
Retossigmoidoscopia: Permite visualizar apenas um segmento específico do intestino.

Colonografia ou colonoscopia virtual: Indicado para casos de alterações de coagulação ou dificuldade respiratória, quando a colonoscopia tradicional não é viável.

Além disso, a presença de sangue oculto positivo em exame de fezes também pode ser um sinal da doença

Obesidade e câncer colorretal

A obesidade é um importante fator de risco modificável para o câncer, ficando atrás apenas do tabagismo. Essa afirmação tem despertado a atenção de médicos da área de saúde. “A associação do sobrepeso e da obesidade com a incidência de câncer é estimada em 7,8%”, afirma Gabriel Santiago.

O médico explica que o excesso de gordura corporal inflama de forma crônica o organismo e aumenta os níveis de hormônios que provocam o crescimento desordenado de células cancerígenas. “Daí o alerta no controle de peso, uma vez que a obesidade aumenta as chances de a pessoa desenvolver algum tipo de câncer”, disse.

Em todo país, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima 704 mil novos casos da doença entre 2023 e 2025, com destaque para os tumores de mama, próstata, intestino e pulmão. De acordo com Gabriel Santiago, os tipos de câncer ligados a obesidade são tumores de mama (mulheres na pós-menopausa), endométrio, próstata e intestino (cólon e reto).

Sabe-se também que pacientes que experimentam aumento de peso após diagnóstico de câncer têm um risco aumentado de recidivas ou persistência da doença. Por outro lado, estudos que avaliaram fazer atividade física e perder peso, além de dietas adequadas durante e após a quimioterapia, levaram a uma melhor sobrevida livre de doença.

Tratamento

O tratamento da doença dependerá da localização e extensão do tumor, podendo envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia, em casos de metástase.

Segundo o oncologista, a cirurgia é a opção mais viável no tratamento inicial, sendo importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores. “Prestar atenção aos sinais que o corpo demonstra é crucial, evitando que os tumores malignos se espalhem para outros órgãos”, conta o especialista.

Além disso, existem também outras alternativas como a quimioterapia pré ou pós-operatório; anticorpos monoclonais, que são drogas utilizadas em conjunto com a quimioterapia, para aumentar seu efeito no combate da doença avançada; e mais recentemente, a imunoterapia, sendo utilizada na doença avançada.