CORONAVÍRUS

Segunda dose de vacina contra covid-19 deve ser tomada mesmo fora do prazo, diz ministério

A segunda dose da vacina contra Covid deve ser tomada mesmo fora do prazo recomendado…

Anvisa suspende uso de 12 milhões de doses de Coronavac envasadas em empresa sem autorização
Anvisa suspende uso de 12 milhões de doses de Coronavac envasadas em empresa sem autorização (Foto: Divulgação)

A segunda dose da vacina contra Covid deve ser tomada mesmo fora do prazo recomendado pelos laboratórios, informou nesta terça-feira (27) o Ministério da Saúde.

A recomendação consta de nota técnica divulgada pelo Programa Nacional de Imunizações. “Essa é a orientação do Ministério da Saúde, que reforça a importância de se completar o esquema vacinal para assegurar a proteção adequada contra a doença”, informou a pasta à imprensa.

A orientação ocorre em um momento em que algumas cidades já relatam falta de doses para a segunda aplicação e há preocupação sobre o risco de atraso na entrega de doses da Coronavac. Em João Pessoa, por exemplo, a Justiça determinou que a segunda dose seja aplicada dentro do prazo. A medida judicial gerou críticas do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta segunda (26).

Em São Paulo, até o último dia 23, a estimativa era que 278 mil pessoas que tinham recebido a primeira dose ainda não tinham recebido o reforço.

O Brasil oferece hoje duas vacinas contra a Covid-19, e ambas precisam de duas doses para ter eficácia completa. No caso da Coronavac, o intervalo entre a primeira e a segunda dose é de 28 dias (ou quatro semanas). Já para a vacina da AstraZeneca/Oxford, o intervalo é de 12 semanas.

Segundo a pasta, “é improvável que intervalos aumentados entre as doses das vacinas contra a Covid-19 ocasionem a redução na eficácia do esquema vacinal”. Ainda assim, a recomendação é que, sempre que possível, as vacinas sejam aplicadas dentro do prazo.

“Atrasos em relação ao intervalo máximo recomendado para cada vacina (4 semanas – Sinovac/Butantan) devem ser evitados uma vez que não se pode assegurar a devida proteção do indivíduo até a administração da segunda dose. Observa-se que, ainda que ocorram atrasos no esquema vacinal, O MESMO DEVERÁ SER COMPLETADO [grifo da pasta] com a administração da segunda dose o mais rápido possível”, informa a nota técnica.

Um dia antes da divulgação da orientação para completar o esquema, Queiroga admitiu que há preocupação sobre a oferta da segunda dose da Coronavac devido ao atraso na chegada de insumos que são usados pelo Butantan para produzir a vacina.

“Há cerca de um mês liberaram as segundas doses para que se aplicassem, e agora, em face do retardo dos insumos vindos da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose. E, como esta semana não temos previsão de chegada de vacina do Butantan, só daqui a cerca de dez dias, vamos emitir uma nota técnica acerca desse tema”, disse em audiência no Senado.

No mesmo encontro, o secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Medeiros, que assina a nota técnica, disse que o volume pendente era “pequeno” e que as doses seriam entregues ainda “dentro do prazo vacinal”.

No documento, o ministério calcula que ainda precisa enviar doses para a segunda aplicação da Coronavac equivalentes a 416.507 pessoas. A estimativa reúne pessoas que fazem parte de três grupos prioritários e representam 3% dos trabalhadores de saúde, 6,2% do grupo das forças de segurança e salvamento e 1,9% dos idosos de 60 a 64 anos, os quais começaram a receber a vacinação na metade de abril.

Segundo a pasta, a previsão é que o envio da segunda dose para esses grupos ocorra na primeira semana de maio, “cumprindo o ciclo vacinal no tempo adequado”.

Na nota, sem citar números destes casos, o ministério afirma que “apesar das diferenças no fechamento dos esquemas da vacina Coronavac” em alguns locais, “em detrimento às orientações definidas”, pretende enviar novas remessas a partir da segunda quinzena de maio para garantir “a compensação e fechamento dos esquemas (D1+D2) dos grupos prioritários iniciados.” A pasta também orienta que seja seguido o plano de vacinação.