INVESTIGAÇÃO

Ex-diretor e policiais civis são investigados por mais de 160 ocorrências falsas de roubo de carga

A Corregedoria da Polícia Civil de Goiás acredita que pelo menos 160 ocorrências falsas de…

Corregedoria suspeita que policiais civis registraram mais de 150 ocorrências falsas de roubo de carga
Corregedoria suspeita que policiais civis registraram mais de 150 ocorrências falsas de roubo de carga (Foto: Mais Goiás)

A Corregedoria da Polícia Civil de Goiás acredita que pelo menos 160 ocorrências falsas de roubos de cargas foram registradas somente este ano por cinco integrantes da corporação. Uma escrivã e três agentes foram presos na quarta-feira (22), e um delegado, que já ocupou o cargo de diretor geral da PC, está afastado de suas funções.

As investigações que chegaram aos nomes dos cinco suspeitos começaram depois que a Polícia Civil viu aumentar muito o número de roubo de cargas registrado por uma mesma escrivã. Chamou a atenção também o fato de três ocorrências do roubo de uma mesma carga terem sido registradas em um único dia, mas em delegacias diferentes.

Pelo que apurou o Mais Goiás, as mais de 150 ocorrências foram registradas nas delegacias de Nerópolis, Luziânia, e no 20º Distrito Policial, em Goiânia. A corregedoria acredita que, após os registros, o grupo criminoso conseguiu receber, junto às seguradoras, os valores referentes às cargas, que supostamente teriam sido roubadas.

Neste caso, policiais e outras pessoas que fazem parte da trama criminosa, ganhariam duas vezes, já que a carga supostamente desviada também era vendida para comerciantes de Goiás, e de outros estados. Estas pessoas que estariam atuando junto com os policiais já foram identificadas após interceptação de ligações telefônicas autorizadas pela justiça, e devem ter suas prisões solicitadas nos próximos dias.

Apesar do vazamento de informações, Polícia Civil não se pronuncia

Mesmo com o vazamento de informações sobre a operação desencadeada ontem, a Corregedoria da Polícia Civil, e a Diretoria Geral da corporação, ainda não se pronunciaram sobre o caso à imprensa. Os nomes dos quatro policiais presos, e do ex-diretor-geral que está sendo investigado, foram amplamente divulgados ontem em grupos de whatsapp.

Sabe-se até agora que, apesar de não ter sido preso, o delegado, que atualmente ocupava o cargo de titular da Delegacia da Polícia Civil de Nerópolis, teve um mandado de busca e apreensão cumprido em sua residência. Ele também já foi afastado de suas funções.

Veja crimes a que policiais e ex-diretor poderão responder

Assim como os quatro policiais, o ex-diretor-geral da PC também poderá responder, ao final do inquérito, por associação criminosa, corrupção passiva e ativa, furto mediante fraude, e inserção de dados falsos em sistemas informatizados. Somados, estes crimes têm pena de reclusão que ultrapassam oito anos, além de prever, também, a perda da função do cargo público.