Operação Bienna

Empresário é investigado por compra de Porsche após depósito de mais de R$ 18 milhões por engano

Um Porsche, modelo Boxster 2.7, foi sequestrado pela Polícia Civil (PC) após o cumprimento do…

Um Porsche, modelo Boxster 2.7, foi sequestrado pela Polícia Civil (PC) após o cumprimento do mandado de busca e apreensão durante a deflagração da Operação Bienna, na manhã desta quinta-feira (25). A operação, segundo a corporação, investiga um dono de restaurante que comprou o veículo após um depósito de mais de R$ 18 milhões na conta dele, por engano da instituição financeira.

Segundo o delegado que está à frente das investigações, Kleber Toledo, o empresário teve o valor depositado em uma conta no Banco Safra, de pessoa jurídica. As investigações apontam que o depósito foi realizado após uma falha no sistema de conciliação das vendas com cartões de crédito e débito. Isso aconteceu com centenas de clientes em todo o país, em dezembro do ano passado. Somente o empresário em questão recebeu R$ 18.666.000,90.

Ainda de acordo com Toledo, o homem se apropriou de pouco mais de R$ 1,1 milhão e, para dar aspecto de legalidade, realizou transferências eletrônicas para contas de outras empresas dele, para o pai e para contas em outros bancos. Boa parte das transferências foram bloqueadas e apenas uma, de R$ 280 mil, foi concretizada. O valor utilizado para a compra do veículo.

O carro foi apreendido na casa do empresário, que fica no Condomínio Granville. O delegado conta que o veículo está registrado no nome de uma amiga do investigado. Para Toledo, as atitudes do empresário configuram o crime de apropriação de coisa havida por erro e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ser de três a 11 anos de prisão, além de multa.

Por meio de nota, o proprietário do restaurante alegou que “não houve apropriação indevida do valor apontado pelo banco” e que “tudo será esclarecido e comprovado tão logo seja oportunizado o direito de defesa na ação penal que, sequer, foi ajuizada.” Leia a nota completa abaixo.

O proprietário do restaurante esclarece que não houve apropriação indevida do valor apontado pelo banco. Tudo será esclarecido e comprovado tão logo seja oportunizado o direito de defesa na ação penal que, sequer, foi ajuizada. A operação policial trata-se de equívoco jurídico, e o problema se deu devido a um erro na prestação de serviço da instituição bancária que, além do depósito indevido, ao perceber a falha, também bloqueou todas as contas do empresário, o que impossibilitou a devolução imediata do valor que já havia sido retirado da conta para pagamentos diversos, inclusive para a quitação do carro citado, que já havia sido comprado. O empresário afirma que, após o desbloqueio das contas, tentou um acordo com o banco, que não foi concretizado devido a não concordância com as taxas de juros e multas impostas. Com isso, a solução está sendo buscada na justiça, num processo aberto pelo próprio empresário.