PARALISAÇÃO

Entregadores do Ifood anunciam paralisação em Goiânia e Aparecida

Com colaboração de Francisco Costa Os entregadores que prestam serviços para empresa de delivery de…

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iFood (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Com colaboração de Francisco Costa

Os entregadores que prestam serviços para empresa de delivery de comida Ifood  anunciaram paralisação para essa sexta-feira (11), sem data de retorno às atividades, em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Além da paralisação, um protesto acontecerá por volta das 9h de sexta: uma motociata saindo do Cepal do Jardim América.

A categoria reivindica melhores taxas e solicitam que entregadores classificados como “nuvens” sejam acionados para realizar as entregas. Além disso, se manifestam contra bloqueios de contas de entregadores sem a possibilidade de serem ouvidos pela plataforma antes de serem bloqueados.

Empresas terceirizadas priorizam entregadores fixos e prejudicam entregadores “nuvem”

De acordo com os organizadores da paralisação, os entregadores são divididos em dois grupos: entregadores fixos na plataforma (Operadores Logísticos) que possuem horário estabelecido pelo Ifood para iniciar e finalizar o trabalho  e os entregadores denominados “nuvem”, que trabalham de acordo com horário estabelecido por eles mesmos.

“Os entregadores fixos tem uma espécie de ‘contrato’ com empresas terceirizadas que fornecem entregadores, as chamadas Operadoras Logísticas (OL). Com a saída da Uber, outras duas operadoras entraram para o Ifood e cada uma opera com cerca de 150 a 200 entregadores. Isso prejudicou os ‘nuvem’ porque o aplicativo só manda corrida para os entregares fixos e deixam os outros sem entrega, os ganhos caíram em torno de 50% para os nuvem, sendo que todos nós cumprimos o mesmo papel”, diz um representante dos entregadores.

Os Operadores Logísticos atuam em regiões de alta demanda de entregas, essas regiões são chamadas Sub Praças e são exclusivas para entregadores fixos, ou seja, eles são priorizados para atender aos pedidos. “Em último caso, quando o aplicativo percebe que o pedido está muito atrasado, é que ele aciona os nuvem que está logado há bastante tempo. Nós não queremos essa divisão, todo mundo é entregar, tem família para sustentar e despesas para pagar e o aplicativo vem sacaneando esse grupo com isso. O que queremos é trabalhar, queremos que a mesma quantidade de pedidos que toca para os fixos, toque para nós”, explica o entregador.

De acordo com Marcione Luiz Araújo Silva, conhecido como “Ferrugem” e um dos organizadores, a capital tem mais de 2 mil entregadores. Destes, 75% são nuvem. “Desde dezembro deram prioridade para os Operadores Logísticos nas seguintes áreas: Marista, Bueno, Oeste, Jardim Goiás, Centro, Jardim América e Parque Amazonas. A pauta, então, é derrubar essa prioridade.”

Fraudes de clientes fazem com que entregadores sejam bloqueados no Ifood de forma indevida

De acordo com a categoria, destinar pedidos em atraso aos entregadores gera outro problema: reclamações de clientes que podem causar o bloqueio de contas dos entregadores sem que eles sejam ouvidos ou tenham possibilidade de se pronunciar sobre qualquer denúncia contra eles.

Após receber e consumir o pedido, o solicitante realiza uma denúncia para o aplicativo com a alegação de que o pedido não foi entregue. O app estorna o valor para o cliente e bloqueia o entregador.

“Existem pessoas que agem de má fé e fazem relatos no aplicativo alegando que os pedidos não foram entregues, sendo que a pessoa recebeu o produto e consumiu a refeição. O aplicativo estorna o valor para quem fez o pedido e bloqueia o entregador sem nem dá a chance de ele contar o que aconteceu. Isso aconteceu bastante na pandemia e continua acontecendo, principalmente em entregas de distribuidoras de bebidas e restaurantes que os pedidos ficam muito caros”, conta.

“Se o Ifood criasse mecanismos para reprimir essas condutas fraudulentas dos clientes, muitos pais e mães de família que tiveram suas contas bloqueadas indevidamente poderiam voltar a trabalhar”, continua o representante.

Taxa pagas aos entregadores não cobrem gastos, diz categoria

Outra reivindicação dos entregadores são as taxas pagas pela plataforma que atualmente é de R$5,35 por entrega. A categoria afirma que o valor não cobre os gastos com gasolina, revisões e conceitos de suas motocicletas. Além disso, as entregas por aplicativo é a única fonte de rende de muitos entregadores e com a atual taxa, fica cada vez mais difícil levar o sustento para a família. “A gente que trabalha com aplicativo só quer ser valorizado e ter taxas justas”, conclui o representante dos entregadores do Ifood em Goiânia.

O Mais Goiás tentou contato com a empresa de delivery de comida Ifood por e-mail, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.

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*Jeice Oliveira compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.