INVESTIGAÇÕES

Homem pode ter sido atropelado por outra pessoa antes de ter corpo arrastado por 20 km, em Luziânia

De acordo com delegado responsável pelo caso, a vítima já havia sido socorrida três vezes por estar desacordada na rua devido a embriaguez

Polícia acredita que homem que foi encontrado morto embaixo de carro foi atropelado antes de mulher passar em cima dele, em Luziânia
Polícia acredita que homem que foi encontrado morto embaixo de carro foi atropelado antes de mulher passar em cima dele, em Luziânia (Foto: Corpo de Bombeiros - Divulgação)

A Polícia Civil apura se Douglas de Araújo Silva, de 31 anos – homem encontrado morto embaixo de carro, em Luziânia – foi atropelado por outra pessoa antes de ser arrastado por mais 20 quilômetros por uma segunda motorista. O caso aconteceu na BR-040, nesta segunda-feira (6).

Segundo Rafael Pareja, delegado responsável pelo caso, os indícios encontrados no carro da condutora não apontam que ela tenha atropelado a vítima. “As evidências são que o corpo estava em decúbito dorsal na pista. Ou seja, deitado. Se ele estivesse de pé [quando a motorista passou por cima dele], o para-brisa do carro da mulher teria quebrado”, disse.

Além disso, conforme o investigador, momentos antes do cadáver ser encontrado, uma pessoa que passava pela rodovia havia ligado para a concessionária dizendo que um homem estava cambaleando na pista, parecendo que queria se jogar.

Rafael Pareja ressalta também que desde 2020 a vítima havia sido socorrida três vezes por estar desacordada na rua devido a embriaguez. Questionado se o homem estava bêbado no momento do acidente, o delegado disse que era um possibilidade. “Em tese, o laudo cadavérico da vítima pode afirmar se havia álcool no corpo, mas o documento demora alguns dias [para ficar pronto]”.

Colisão

O delegado relatou que, no momento do fato, a condutora do veículo acreditava que tinha colidido em um tronco de madeira e depois suspeitou que o objeto poderia ser na verdade o corpo de uma pessoa. Ela chegou a ligar para o Corpo de Bombeiros, mas, como estava chovendo e o local estava escuro, ela foi para casa.

O major Eberson, do Corpo de Bombeiros, informou que quando chegou no imóvel, a filha da mulher – que estava no banco do passageiro – desceu do veículo e viu a perna do homem. Segundo ele, as duas acreditavam que apenas o membro do homem estava embaixo do automóvel, mas quando o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e a Polícia Militar (PM) foram até o local, encontraram o homem, já sem vida, entre as rodas dianteiras do carro.

Além da polícia e dos bombeiros, o Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para recolher o corpo e as duas mulheres passaram por exames de corpo de delito. O delegado revelou que não encontrou elementos probatórios para autuar a mulher pelo atropelamento. Por isso, ela não foi presa e nem indiciada.