Violência

Marido denunciado como mandante do assassinato de bancária é preso em Goiânia

Eduardo de Oliveira Francisco, de 34 anos, foi preso na tarde deste domingo (9) no…

Eduardo de Oliveira Francisco, de 34 anos, foi preso na tarde deste domingo (9) no Setor Celina Park, região Sudoeste de Goiânia. O advogado foi denunciado por encomendar a morte da bancária Cibelle de Paula Silveira, de 31 anos, em 2015. Inicialmente, o caso era tratado como latrocínio – roubo seguido de morte -, mas teve reviravolta após o aparecimento de novas provas.

Segundo a Polícia Militar (PM), Eduardo foi preso após abordagem de uma equipe da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam). Após verificação, foi constatado que havia um mandado de prisão preventiva contra o homem. O documento foi expedido pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 2° Vara de Crimes Dolosos contra a vida.

Após a prisão, Eduardo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exame de corpo de delito. Posteriormente, ele foi encaminhado para a Delegacia de Capturas (Decap). O caso tramita em segredo de justiça.

Crime

Cibelle Silveira foi morta no dia 30 de novembro de 2015, na BR-060, entre Goiânia e Guapó, enquanto pedalava com Eduardo e mais três amigos pela rodovia. Ao se afastar por cerca de 20 metros do grupo, a bancária foi surpreendida por dois assaltantes, que desferiram um único disparo e atingiu a cabeça da vítima. Eles fugiram sem levar nada.

A bancária foi socorrida pelos amigos e levada para o Cais Bairro Goiá, mas não resistiu ao ferimento e morreu na unidade de saúde. Dois dias depois, a polícia prendeu Pedro Henrique Domingues de Jesus Félix, com 18 anos à época. Em um vídeo gravado, o jovem destacou que realizou o crime para “levantar um dinheiro” e que teve ajuda de um adolescente de 17 anos.

Reviravolta

Após dois meses do crime, a Polícia Civil recebeu o laudo cadavérico e foram constatados que a mulher apresentava diversas lesões pelo corpo. “O inquérito já havia sido concluído e remetido ao Judiciário, e os dois autores haviam sido denunciados por latrocínio, mas quando recebi o laudo cadavérico e vi que a vítima tinha lesões pelo corpo. O perito confirmou que as lesões não tinham nada a ver com a queda do dia em que ela foi assassinada, então resolvi ouvir parentes e amigos, ocasião em que descobri que a Cibelle vivia sendo espancada e ameaçada de morte pelo marido”, relatou o delegado Thiago Martimiano, adjunto da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH).

Em novo depoimento, Pedro Henrique contou que havia sido contratado por Eduardo por R$ 30 mil para matar a bancária. O marido da vítima, porém, havia feito apenas o pagamento de R$ 5 mil, como forma de entrada, e que acertaria o restante do valor após a realização do crime, o qual, segundo o jovem, nunca foi feito e, por isso, decidiu contar a verdade.

Após a nova versão do assassinato, o delegado solicitou um novo depoimento do marido de Cibelle, que negou toda a versão. Como o inquérito já havia sido remetido para o Judiciário, o delegado encaminhou as provas para o Ministério Público, que entendeu que bancária foi vítima de homicídio e não de latrocínio.

Em novembro de 2017, Pedro Henrique foi denunciado por homicídio qualificado, o adolescente por participação no crime e Eduardo como mandante. A motivação do crime seria interesses financeiros, pelo fato da mulher possuir um seguro de vida, e ciúmes.