Apuração

Ministério Público investiga se morte de mecânico em Jussara foi consequência de negligência

O Ministério Público de Goiás (MPGO) iniciou as investigações para apurar se a morte de…

O Ministério Público de Goiás (MPGO) iniciou as investigações para apurar se a morte de Alex Rodrigues de Souza, de 27 anos, foi consequência de negligência médica e omissão de socorro. O mecânico morreu na noite deste sábado (21), no Hospital Municipal Dr. Abiud Ponciano Diasmecânico, em Jussara e a família apontou descaso da equipe.

Segundo a esposa do jovem, Rafaela Calassa, o mecânico começou a sentir fraqueza e dores no peito no final do mês de junho. Ele foi ao hospital e um dos médicos de plantão disse a ele que os sintomas eram causados por stress. O homem foi medicado e voltou para casa.

Alex esteve no hospital, segundo Rafaela, três vezes. No sábado, o homem mal saiu do local e começou a perder a visão, momento em que a esposa retornou com ele ao hospital. A equipe então colocou soro no jovem e o médico voltou a afirmar que era por conta de nervosismo, diz Rafaela. “Aí meu esposo parou. Ele estava tendo um ataque cardíaco, só então o médico pediu uma ambulância para levar ele pra Goiânia, mas não deu tempo e ele morreu no hospital.”

Nesta segunda-feira (23), Rafaela e seu advogado foram ouvidos pelo promotor de justiça de Jussara, Bernardo Morais Cavalcanti. Segundo o magistrado, as investigações já foram iniciadas e o depoimento da esposa de Alex vai ser confrontado com os documentos cedidos pelo hospital acerca dos atendimentos ao paciente.

Bernardo conta ainda que a promotoria solicitou ao hospital o prontuário médico de Alex para averiguar os procedimentos tomados pela equipe de saúde e se estes condizem com as normas  de atendimento. Com os documentos em mãos, o promotor deve ouvir os funcionários da unidade sobre o ocorrido.

O Ministério Público de Goiás já havia notificado o hospital em 2015. “Nós temos uma ação judicial proposta desde 2015 contra o município porque o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) fez uma fiscalização no hospital e apurou algumas irregularidades no que tange à estrutura e documentação do local. Então nós propusemos essa ação judicial que está em andamento”, explica o promotor.

Requerimento feito pelo advogado ao hospital. (Foto: Divulgação)

Justiça

O advogado de Rafaela, Eudes Carneiro, explicou que a família de Alex pretende recorrer à Justiça para obter as medidas criminais e cíveis cabíveis. “Nós acreditamos que o rapaz estava infartado há mais de 30 dias e eles, em momento algum, fizeram exame nele. Nem o eletrocardiograma que é um exame barato. Passaram remédio para ulcera, estresse e outras coisas sem averiguar. Enrolaram ele por quase um mês, conta.

Eudes relata que no domingo (22), Rafaela solicitou o prontuário médico ao hospital e teve o pedido negado. Nesta segunda-feira, o advogado registrou em cartório uma notificação solicitando que a unidade ceda o documento em até 24 horas.

Eudes aponta também que o hospital se recusou a liberar o corpo de Alex para o Instituto Médico Legal (IML), de modo que a família precisou acionar por conta própria o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO). O corpo do mecânico somente foi levado para o SVO no carro da funerária contratada pelos familiares. O advogado explicou que a situação foi apresentada à promotoria de Jussara.

Ao Mais Goiás, a direção do hospital informou que Alex foi prontamente atendido pela equipe médica e que foram feitos todos os procedimentos necessários. Contudo, o centro de saúde só irá se manifestar sobre o morte do paciente após a divulgação do exame cadavérico do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Goiânia.