INSTALAÇÃO

MP quer antecipação de julgamento para câmeras em fardas da PM em Anápolis

Procuradores do Estado pediram a suspensão da ação por 30 dias

MP recorre de decisão que suspendeu instalação de câmeras em fardas de PMs de Anápolis
MP recorre de decisão que suspendeu instalação de câmeras em fardas de PMs de Anápolis (Foto: divulgação - PMSC)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu que a Justiça antecipe o julgamento da ação civil pública proposta em agosto de 2022 para, dentre outras coisas, instalar câmeras nas fardas de policiais militares de Anápolis. A demanda foi colocada na terça-feira (11) durante audiência de conciliação na Vara da Fazenda Pública Estadual do município.

A audiência contou com as promotoras Adriana Marques Thiago e Camila Fernandes Mendonça e com o promotor Denis Bimbati Marques. De acordo com eles, o Código de Processo Civil prevê o julgamento antecipado do pedido quando não houver necessidade de produção de outras provas.

Além disso, os promotores – oito assinaram a ação – apontam que os índices de mortes em confrontos em Anápolis representam 42,4% do total de ocorrências deste tipo no Estado de 2020 e 2022. Além disso, destacam que, em estados como Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, houve a redução de até 60% do uso de força dos agentes de segurança.

Já os procuradores do Estado Fernando Iunes Machado e Túlio Roberto Ribeiro não acordaram. Eles pediram a suspensão da ação por 30 dias. A ideia é “levar a questão aos atores políticos, bem como à Assembleia Legislativa e indagar sobre o andamento político da matéria”. Caberá a juíza Mônice de Souza Balian Zacariotti decidir sobre os pedidos.

Outros pontos

Além de instalar câmera no fardamento, a ação também pede a outras providências, cujo intuito é promover uma política pública piloto de prevenção da ocorrência de mortes em situações de confronto, transparência nas abordagens policiais e eficiência das investigações.

São elas:

  • Fornecimento e efetivo uso de equipamentos não letais pelo efetivo, além de qualificação para esse uso;
  • Instalação e efetivo uso de equipamentos de localização por satélite (GPS) em todas as viaturas da PM e correspondente sistema informatizado para o armazenamento das gravações;
  • Instalação e efetivo uso de equipamentos de escuta e gravação ambiental em todas as viaturas da PM e correspondente sistema informatizado para o armazenamento das gravações;
  • Em relação às câmeras nas fardas, a utilização de software que permita que tais gravações sejam criptografadas, impedindo qualquer tipo de edição;
  • Instalação e efetivo uso, na Central de Operações da Polícia Militar (Copom) de Anápolis, de equipamentos que garantam a conservação dos mapas e relatórios de deslocamento das viaturas captados por GPS, em condições adequadas para consulta, pelo prazo mínimo de dez anos;
  • Instalação, no âmbito das instituições policiais militares, de equipamentos que garantam a conservação das gravações, em condições adequadas para consulta, pelo prazo mínimo de dez anos;
    Instalação, no Copom, de equipamentos que garantam a conservação das chamadas telefônicas, em condições adequadas para consulta, pelo prazo mínimo de dez anos;
  • Estabelecimento, por normas administrativas da Polícia Militar ou da Secretaria de Segurança Pública, da obrigatoriedade de toda viatura ou policial militar operar permanentemente com o monitoramento das câmeras, assim como dos equipamentos de localização por satélite, escuta, gravação ambiental e correspondente sistema para o armazenamento das gravações.