PENA MAIS LEVE

PMs acusados de matar jovem com câncer nos ossos passam a responder por lesão corporal

Os dois policiais militares acusados de matar Chris Wallace da Silva, que tinha câncer nos…

PMs acusados de matar jovem com câncer em Goiânia vão a júri popular
PMs acusados de matar jovem com câncer em Goiânia vão a júri popular (Foto: Reprodução - Arquivo pessoal)

Os dois policiais militares acusados de matar Chris Wallace da Silva, que tinha câncer nos ossos, após espancá-lo durante uma abordagem passam a responder por lesão corporal seguida de morte e não mais por homicídio, conforme decisão do juiz Eduardo Pio Mascarenhas. Com isso, Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior vão ter penas “mais leves”, já que a reclusão para o crime de homicídio é de até 20 anos e a de lesão corporal é de 4 a 12 anos.

Na decisão, publicada na sexta-feira (19), o juiz entendeu que os policiais não tiveram a intenção de matar Chris Wallace, uma vez que houve a oportunidade de executar o rapaz de 24 anos, mas o deixaram ir para casa. “Entendo que, se houve intenção homicida, os réus desistiram de prosseguir nesse intento, tanto que teriam oportunidade de prosseguir na execução de eventual homicídio, contudo não o fizeram”, diz Mascarenhas na decisão.

Policiais presos

O crime aconteceu no dia 10 de novembro de 2021, mas a prisão dos policiais em um presídio militar foi efetuada um mês depois, onde ficaram até 11 de maio deste ano. Depois, os policiais tiveram a prisão convertida em preventiva após Bruno Rafael entrar em contato com a irmã da vítima. A polícia concluiu que as prisões eram necessárias para impedir que os militares intimidassem testemunhas.

Espancamento

Segundo a família, Chris saiu de casa por volta das 19h10 do dia 10 de novembro em direção a uma distribuidora de bebidas, na companhia de um amigo, para comprar um refrigerante. Durante o trajeto, os dois foram abordados e a vítima teria sido espancada por policiais militares no bairro Fidélis, em Goiânia.

Após a agressão, o jovem voltou para casa e foi para o banheiro da residência, onde teve crises convulsivas e vomitou sangue. A mãe da vítima acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu), que o levou para um hospital, onde ficou intubado por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo o relatório médico, Chris Wallace sofreu traumatismo na cabeça por espancamento, além de contusões nos pulmões e abdômen.

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