“Quanto mais pessoas vacinadas, maior a chance de frear transmissão”, diz infectologista

O avanço da vacinação pode reduzir a taxa de ocorrências de óbitos e consequentemente de casos graves.  Ao Mais Goiás, o médico membro Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Daher, explica que agilidade na vacinação é importante. Ele defende ainda a antecipação do prazo para segunda dose da Pfizer, porém, alerta que tudo depende da chegada de mais imunizantes.

Goiânia ultrapassou no início desta semana a marca de 1 milhão de doses de vacinas contra a Covid-19 aplicadas. Do total de vacinados, 684.714 são pessoas que receberam a primeira dose; 300.162 de segunda dose e 24.740 de dose única, somando total de 1.009.616 doses.

Já em Goiás, a taxa de mortalidade, que era de 295 óbitos para cada 100 mil habitantes na última semana, subiu para 300, o que preocupa. Outro fator é que na terça-feira (3), segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o número de óbitos passou de 21 mil.

“Quanto mais pessoas vacinadas e mais rápido a gente concluir essa vacinação melhor será. Sabemos que a variante Delta não entrou para valer aqui no Brasil, mas já está começando a ganhar força claramente, pelos dados de sequenciamento do Rio de Janeiro e São Paulo. A diferença dessa variante é que ela é mais transmissível. Se tínhamos um  vírus, que uma pessoa transmitia para três, passamos a ter uma variante que um transmite para oito”, explica o médico.

“Um outro fator é que as pessoas vacinadas também tem capacidade de transmissão da doença, elas adoecem  e tem uma forma mais branda da doença, na maioria das vezes, mas tem capacidade de transmissão na mesma intensidade que as pessoas não vacinadas. Esses fatores é que chamam atenção. Quanto mais pessoas vacinadas maior é a chance da gente frear a transmissão. Porque, apesar do vírus continuar circulando, formas graves não acontecerão ou de forma menor e as mortes serão reduzidas”, completa o médico.

Prazo para segunda dose

Segundo Daher,  é positivo que a vacinação avance.  “Não só na primeira, mas nas duas doses.  Nesse cenário de que o vírus Delta está,  avançarmos na vacinação é extremamente importante e positivo”, diz.

O especialista defende a redução do prazo de aplicação da Pfizer. “A gente tendo mais vacinas da Pfizer, acho que poderíamos começar a pensar em antecipação para a segunda dose e para isso precisamos de mais vacinas da Pfizer, principalmente, e ai reduzir o tempo de aplicação dela com 30 dias e com isso completaria esse ciclo vacinal mais rápido e assim teríamos um cenário mais satisfatório”, pontua.