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Rio Verde: padrasto que torturou bebê por causa do choro é condenado a 29 anos de prisão

O padrasto de Davi Lucas Alves, de 1 ano e 8 meses, foi condenado a…

Padrasto que torturou e espancou criança de 1 ano até a morte é condenado a 29 anos de prisão em Rio Verde
Padrasto que torturou e espancou criança de 1 ano até a morte é condenado a 29 anos de prisão em Rio Verde (Foto: Polícia Civil)

O padrasto de Davi Lucas Alves, de 1 ano e 8 meses, foi condenado a 29 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pela tortura e morte do enteado. O crime foi praticado em 31 de agosto de 2020, em Rio Verde, mas o julgamento só ocorreu nesta quinta-feira (5). Wisley Serafim se irritou com choro da criança, que foi torturada e espancada até a morte.

Na data do ocorrido, o padrasto e a criança estavam sozinhos na casa onde moravam com a mãe do menino, no Setor Pausanes, quando Davi começou a chorar e chamar por ela. O homem se irritou com o choro e deu chineladas e socos na criança até que ela ficasse inconsciente.

Ao perceber a falta de reação do bebê, o padrasto deu banho em Davi para tentar reanimá-lo, mas não obteve sucesso. Ele então, colocou a criança em um colchão e voltou aos seus afazeres. Quando a mãe do menino retornou para casa, o homem disse que ele havia caído no banheiro. A investigação aponta ainda que Wisley faxinou a casa para encobrir vestígios da agressão.

O socorro só foi acionado pelo casal cerca de 2h após o espancamento. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu) estiveram na residência e constataram o óbito de Davi, que apresentava cicatrizes e manchas pelo corpo.

Marcas de tortura

Uma perícia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) identificou lesões antigas que apontaram possíveis torturas ao menino. Marcas de agressões causadas por queimaduras feitas com um garfo quente e um rompimento do fígado foram detectadas. O item foi encontrado na casa da família durante a vistoria no imóvel. O exame cadavérico mostrou que a causa da morte foi uma lesão na região abdominal que provocou um sangramento interno.

A defesa do padrasto argumentou que Wisley não cometeu um homicídio e solicitou que ele respondesse por lesão corporal seguida de morte. No entanto, juiz acatou tese de homicídio triplamente qualificado e submeteu o réu ao Tribunal do Júri.

Mãe indiciada por omissão

Aos policiais, Wisley apresentou a versão de queda no banheiro, mas confessou o crime e foi preso em flagrante. Testemunhas relataram que ele era agressivo com a mulher e com o menino.

Além disso, afirmaram já terem escutado agressões contra Davi, mas sempre que acionavam o Conselho Tutelar ou a Polícia Militar, a mãe alegava que as denúncias eram fantasiosas. A mulher permaneceu em liberdade sob o uso de tornozeleira eletrônica e foi indiciada por omissão de atos de tortura.

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