COVID-19

Reforço de vacina da Pfizer funciona contra ômicron, diz estudo de Israel

Pesquisadores israelenses disseram neste sábado (11) que a aplicação de três doses da vacina da Pfizer contra…

Brasil atinge 80% da população vacinável totalmente imunizada contra covid (Foto ilustrativa: Prefeitura de Anápolis)
Brasil atinge 80% da população vacinável totalmente imunizada contra covid (Foto ilustrativa: Prefeitura de Anápolis)

Pesquisadores israelenses disseram neste sábado (11) que a aplicação de três doses da vacina da Pfizer contra a Covid oferece proteção significativa contra a ômicron. Trata-se do terceiro anúncio feito nos últimos sugerindo que o reforço vacional pode ajudar a combater a variante do novo coronavírus.

O estudo, realizado pelo centro médico Sheba e pelo Laboratório Central de Virologia do Ministério da Saúde, comparou o sangue de 20 pessoas que receberam duas doses de 5 a 6 meses atrás com o sangue do mesmo número de indivíduos imunizados com a dose de reforço há um mês.

“As pessoas que receberam a segunda dose 5 ou 6 meses atrás não têm nenhuma capacidade de neutralização contra a ômicron, embora tenham contra a delta”, disse Gili Regev-Yochay, diretora da unidade de doenças infecciosas do Sheba.

Segundo Gili, a terceira dose aumenta a proteção contra a ômicron, porém ainda abaixo da capacidade do reforço em relação à variante delta.

A equipe israelense disse que trabalhou com o vírus real, enquanto outras análises recorrem ao que é conhecido como um pseudovírus, projetado para ter as características das mutações da ômicron.

Na última quarta (8), a Pfizer e a BioNTech também disseram que três doses de sua vacina se mostram capazes de neutralizar a nova cepa, com base em teste de laboratório.

“A primeira linha de defesa, com duas doses de vacina, talvez fique comprometida [com a variante] e três doses são necessárias para restaurar a proteção”, afirmou a médica Ozlem Tureci, da BioNTec. Segundo a empresa, duas doses ainda protegem contra casos graves.

“Garantir que o maior número possível de pessoas esteja totalmente vacinado com as duas primeiras doses e com a de reforço continua sendo a melhor forma para prevenir a disseminação do Covid-19”, disse o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla.

No dia anterior a esse anúncio, o laboratório do Instituto Africano de Pesquisa em Saúde, na África do Sul, divulgou dados preliminares de testes efetuados com o sangue de 12 pessoas imunizadas com o produto das duas empresas.

A análise indicou que a nova variante do coronavírus pode escapar parcialmente da proteção oferecida por duas doses e que a terceira poderia ajudar a frear a doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, adotou cautela diante das informações iniciais acerca da eficácia das vacinas no enfrentamento à ômicron. Para a entidade, ainda não é possível ter certeza de que três doses neutralizam a variante.

Segundo a entidade, existe a expectativa de ter melhores evidências sobre a eficácia do reforço vacinal nas próximas semanas com o desenvolvimento de novas pesquisas.

A existência da nova cepa, detectada inicialmente na África do Sul, foi reportada à OMS em 24 de novembro. Nos dias seguintes, espalhou-se por países dos cinco continentes. Até o último dia 8, havia o registro de infectados em 57 nações.

No Brasil, já houve a confirmação de ao menos sete casos, sendo quatro deles no estado de São Paulodois no no Distrito Federal e um no Rio Grande do Sul.