Câmara de Iporá aprova Comissão para investigar atos de prefeito que atirou contra casa da ex
Colegiado já definiu presidente, relator e membro para analisar se houve quebra de decoro por parte de Naçoitan
Os vereadores da Câmara Municipal de Iporá aprovaram, nesta manhã de segunda-feira (20), a criação de uma Comissão Processante contra o prefeito Naçoitan Leite (sem partido). Ele é suspeito de efetuar 15 disparos contra a casa da ex-esposa. Foram 13 votos a 0.
Esta comissão ficará responsável por investigar os atos do prefeito no último sábado (18) e apontar se houve ou não quebra de decoro. Ele é suspeito de invadir a casa da ex-esposa, e atirar contra o quarto em que ela estava com o namorado.
A Comissão Processante, vale citar, foi proposta pelo vereador Moisés Victor Silva (Republicanos), motivada pelos atos recentes. Segundo ele, ela funciona como uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e já tem os integrantes definidos: Heb Keller (Republicanos) é a presidente; Roni Costa (União Brasil) o relator; e Rangel Pimenta (PRB) o membro.
O propositor disse não poder participar por ser o denunciante. Segundo ele, contudo, o prazo para funcionamento será definido nesta terça-feira (21). Ao fim do período, a comissão votará o relatório e enviará para plenário, que decidirá pelo parecer. “Vamos votar o relatório do Roni, que é da base do prefeito, para ver se houve quebra de decoro”, arrematou Moisés.
Situação de Naçoitan
O gestor teve a prisão decretada após a suspeita de invadir a residência e efetuar os disparos. Nas imagens de uma câmera de segurança é possível ver que o prefeito chega na residência por volta de 1h da manhã. Ele fica nas proximidades do imóvel e, cerca de 10 minutos depois, avança com a caminhonete portão adentro.
Já na residência, Naçoitan teria tentado arrombar a porta do quarto onde a ex-esposa e o namorado dela dormiam. Ele, então, atirou 15 vezes contra o cômodo, segundo a Polícia Civil. Ainda de acordo com a corporação, o prefeito ficou cerca de três minutos dentro da casa. O horário do vídeo mostra que ele sai por volta de 1h14.
Após o crime, o delegado responsável pelo caso representou pela prisão preventiva. A Justiça acatou o pedido e determinou a prisão.
A defesa de Naçoitan entrou com um pedido de Habeas Corpus na tarde de domingo (19), mas foi negado pelo desembargador Anderson Máximo de Holanda. O magistrado argumentou que não existe ilegalidade no pedido de prisão e não há prerrogativa de foro especial.
Ao Mais Goiás, o advogado de Naçoitan, Francisco Damião da Silva, afirmou que o prefeito jamais teve a intenção de ferir ninguém. Em mensagens divulgadas pela TV Anhanguera, o gestor disse que estava “de fogo”. Ele é considerado foragido.