Mulher de suposto líder do CV diz que tratou das ‘mazelas’ do sistema prisional no Ministério da Justiça
Luciane Farias afirma que não pertence a facção e que representante da pasta comandada por Flávio Dino desconhecia seu vínculo com suspeito

Luciane Barbosa Farias, mulher de suposto líder do Comando Vermelho no Amazonas, afirma que levou ao Ministério da Justiça a pauta do sistema prisional e que não esteve na pasta comandada por Flávio Dino para tratar sobre o marido.
“Levei um dossiê sobre as mazelas do sistema prisional e entreguei”, disse ela, que é casada com Clemilson dos Santos Farias. Conhecido como Tio Patinhas, ele está preso desde dezembro passado. “O secretário não sabia quem é meu esposo.”
As declarações foram dadas em entrevista coletiva, concedida nesta terça (14) de forma virtual, por meio de um aplicativo.
Luciane disse que é casada há 22 anos com Clemilson, com quem tem duas filhas.
Em março e maio deste ano ele esteve no ministério, onde se reuniu, respectivamente, com o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, e com o secretário da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), Rafael Velasco. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, ela afirmou que seu trabalho é ajudar internos do sistema penitenciário e seus familiares contra violações de direitos humanos e que “pessoas” usam sua “cabeça como Cristo para atacar o ministro Dino”.
“Não sou faccionada”, disse. “Meu esposo está pagando pelo crime dele, mas somos criminalizados por ser familiar de preso. Vou continuar a fazer o meu trabalho. Sou brasileira, cidadã, não estava impedida de entrar em lugar nenhum, tenho direito de ir e vir.”