ENTREVISTA

Vice de Vanderlan nas eleições de 2024, Sucena Hummel avalia candidatura em 2026

Ela não descarta disputar cargo na Alego ou na Câmara dos Deputados no próximo ano

Sucena Hummel ao lado do então candidato a prefeito, senador Vanderlan Cardoso (PSD) (Foto: Divulgação)

Presidente por duas vezes consecutivas do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás, Sucena Hummel estreou na vida político-partidária nas eleições de 2024 em Goiânia. Alçada de última hora como candidata a vice do senador Vanderlan Cardoso (PSD), a contadora parece ter tomado gosto por campanhas e afirma em entrevista exclusiva ao Mais Goiás que, se for o caso, pretende disputar uma cadeira em 2026. Resta saber se na Assembleia Legislativa de Goiás ou na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Se a campanha em Goiânia não foi bem-sucedida, com Vanderlan em 5º lugar, a vida de Hummel após a campanha deu um giro. As agendas políticas parecem ter continuado. Na semana passada, por exemplo, ela teve audiência com a deputada federal Silvye Alves (UB) e volta e meia bate ponto no Paço Municipal para agendas com o prefeito Sandro Mabel (UB), além de ter encontros com lideranças e prefeitos do interior.

As pautas giram em torno de assuntos tributários, como o Imposto Solidário, serviço que o Conselho Regional de Contabilidade (CRC) desenvolve em parceria com municípios,  com objetivo de incentivar a destinação de parte do Imposto de Renda devido para projetos sociais.

Seja em agenda política ou contábil, também há encontros com o governador Ronaldo Caiado (UB) e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB). Também tem feito pontes nos três poderes, seja para cobrar demandas e aprimoramentos para a classe que representa e, consequentemente, pavimentar os caminhos que se avizinham.

Veja a entrevista completa com a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC), Sucena Hummel (PSD):

Mais Goiás – Sua participação na eleição de 2024 foi sua primeira experiência político-partidária. O que ficou de aprendizado dessa campanha?

Sucena Hummel – Foi uma experiência muito enriquecedora. O contato direto com as pessoas e a compreensão das necessidades reais da cidade foram fundamentais. Aprendi que a política exige preparo, estratégia e, acima de tudo, um compromisso genuíno com a população. Ter feito campanha lado a lado do senador Vanderlan Cardoso e da dona Izaura foi um aprendizado. Mesmo sem termos vencido, saímos com um grupo fortalecido e motivado para continuar contribuindo com Goiânia e com Goiás.

Seu nome era especulado desde o ínicio para ser vice do Vanderlan, mas de última hora o ex-vereador Paulo Daher apareceu na convenção. Houve uma disputa judicial fortíssima entre o partido dele que rachou – o PP – e o seu partido. Não sentiu ali desprestigiada?

Sucena Hummel: Longe disso. O senador Vanderlan Cardoso sempre foi transparente que essa aliança poderia acontecer e ele sempre foi bem claro que se a aliança não fosse adiante eu seria alçada a vice, como aconteceu quase imediatamente após a última decisão judicial. No final, os objetivos não foram aqueles que imaginávamos, mas serviu de muito aprendizado. Não me arrependo de absolutamente nada.

Seu nome já circula nos bastidores para uma possível candidatura em 2026. A senhora tem mesmo essa intenção?

Sucena Hummel – Política é construção. Não há decisão tomada ainda, mas vejo que há espaço para a defesa de pautas técnicas e de gestão eficiente, que é algo que sempre defendi na contabilidade e na administração pública. Se houver um caminho para contribuir mais ativamente, não descarto a possibilidade. Seja em Goiás ou em Brasília, represento um grupo expressivo de contadores, uma classe que precisa ser importante que precisa de representação. Estamos vendo uma carência no debate político sobre a reforma tributária, que vai impactar na vida de todo o mundo. O contador é uma das figuras centrais nesse processo, mas ainda temos uma representação tímida em Brasília para dar norte à pauta. Acho importante que a classe tenha alguém que dê voz a ela. Mas, antes de tomar uma decisão, vou ouvir todos. Inclusive o partido que hoje estou filiada.

A senhora esteve recentemente com a deputada federal Silvye Alves (UB) e também tem mantido diálogo com o prefeito Sandro Mabel. Qual tem sido o foco dessas conversas?

Sucena Hummel – O foco principal é fortalecer o diálogo entre as categorias profissionais e o poder público. A contabilidade, por exemplo, é essencial para o desenvolvimento econômico, e temos trabalhado para que os profissionais da área sejam cada vez mais valorizados. Lutamos por mais eficiência na gestão pública. A máquina municipal ainda é muito arcaica não só para o contador, mas para o cidadão. Falamos tanto em um mundo tecnológico e digital, mas há processos que demoram dias, semanas e até meses para serem apurados. Precisamos de que a eficiência saia do discurso e a vejamos na prática.

A senhora se filiou ao PSD para a campanha de 2024. Permanece na sigla ou estuda mudança para outra legenda?

Sucena Hummel – O PSD é um partido que me acolheu e onde fiz amigos e alianças importantes. Repito: aprendi muito ao lado do Vanderlan, da Izaura. Também vi o trabalho do deputado federal Ismael Alexandrino que preside o partido em Goiânia de perto. O deputado estadual Cairo Salim foi um aliado de primeira hora que contribuiu muito com meu crescimento. Entretanto, a política é dinâmica, e os próximos meses serão decisivos para definir o melhor caminho partidário para o futuro.

Como a experiência no Conselho Regional de Contabilidade influencia sua visão sobre gestão pública?

Sucena Hummel – No Conselho, lidamos com transparência, eficiência e prestação de contas o tempo todo. Esses princípios precisam ser aplicados na política. Acredito que a boa gestão pública passa por um planejamento sério, controle de gastos e compromisso com resultados. Essa visão técnica é algo que pretendo levar para qualquer espaço que eu venha a ocupar. Por exemplo, temos o programa Imposto Solidário que é uma ferramenta importante para captar recursos e fortalecer políticas públicas voltadas para os grupos mais vulneráveis dos municípios. Não é apenas uma política assistencialista, mas dar condições que a pessoa possa abrir seu negócio e ter um acesso facilitado aos serviços contábeis, que são importantes nesse processo, .