BRASÍLIA

Alvo de Bolsonaro, Barroso diz que ditaduras não gostam de livre iniciativa e inovação

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, fez uma alerta nesta…

Barroso diz que Brasil tem déficit de civilidade após ser interrompido em palestra em Oxford - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Barroso diz que Brasil tem déficit de civilidade após ser interrompido em palestra em Oxford - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, fez uma alerta nesta quarta-feira (25) sobre movimentos que flertam com um nova ditadura.

Convidado a falar em um evento promovido por corretora de valores, o magistrado disse que as ditaduras não gostam de livre iniciativa, de empreendedorismo e inovação.

“Isso vale para os empresários, para os empreendedores, e vale para a política também. Não namorem essa alternativa porque as ditaduras também eliminam a política”, afirmou.

O ministro foi provocado sobre uma séria de temas, incluindo os recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro, as dúvidas lançadas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral e as pautas de interesse do governo que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal).

Barroso disse não acreditar em novo golpe de estado, apesar de externado preocupação em função do número de vezes em que é abordado sobre o assunto.

“As pessoas me perguntam se tem risco de golpe? Eu gostava de dizer que não. E gosto de dizer que não. Não vejo condições para um golpe no Brasil simplesmente porque não há uma causa para se dar um golpe”, disse.

“Eles [limites da democracia] podem ter sido estressados em algum momento, forçados, mas foram bem traçados. E acho, portanto, que as instituições brasileiras, apesar de turbulências a meu ver artificialmente criadas, acho que elas estão funcionando adequadamente.”

O ministro falou sobre as fake news, fenômeno que tem exigido das autoridades atenção especial. Um inquérito que mira Bolsonaro e apoiadores tramita no STF. O presidente também é investigado pelo TSE, incluindo apurações que atingem a chapa presidencial vencedora em 2018.