Criança é atropelada por candidata a vereadora em Anápolis; vídeo

Na última terça-feira (13) a família de um garoto de apenas quatro anos de idade divulgou um vídeo registrado por câmeras de segurança, que mostra a criança sendo atropelada no Bairro Bandeiras, em Anápolis. O caso aconteceu na última sexta-feira (9). Na gravação, é possível ver a criança sendo jogada a cerca de dez metros à frente.

Luana dos Reis Sodré, mãe do garoto, diz que o filho percebeu que ela tinha atravessado a rua e foi ao seu encontro. Quando menino estava no meio da rua, o carro o atinge e ele cai desacordado no chão.

É possível ver Luana correndo em direção ao filho, que está caído sem se mexer. A motorista desce do veículo e conversa com Luana, que pega o filho no colo e entra no carro em direção ao hospital.

O menino foi socorrido e levado para Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) e posteriormente encaminhado para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. Ele quebrou o fêmur e foi submetido a uma cirurgia, mas já recebeu alta e está em casa.

Motorista é candidata a vereadora

A condutora do veículo é a candidata a vereadora de Anápolis, Alessandra Gomes de Jesus (PMN), 25 anos. Segundo a mãe do garoto, Alessandra se ofereceu para levar a criança ao hospital e para arcar com as despesas médicas “desde que a polícia não fosse chamada”.

Luana diz que, desesperada, aceitou e foi até o hospital no carro da candidata. Ela afirma que Alessandra ofereceu R$ 100 para cobrir o tratamento do garoto, alegando que ajudaria com esta quantia pois “não teve culpa” no acidente.

A mãe do menino alega que ficou indignada com a postura da mulher e registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Anápolis. Luana diz ainda que o advogado Matheus Aguiar, marido de Alessandra, enviou diversos áudios a coagindo e a ofendendo.

Resposta

O Mais Goiás entrou em contato com o advogado Matheus Aguiar, marido de Alessandra Gomes, que enviou o áudio de uma ligação entre a candidata a vereadora e o pai da criança.

“Eu posso estar te ajudando com cem reais, eu te transfiro. Não sei se te contaram como foi, sua esposa atravessou a rua e sua sogra estava do outro lado com um tanto de menino e não segurou na mão dele. Ele saiu de uma vez e enfiou na frente do carro, eu tentei desviar mas pegou na lateral”, diz Alessandra.

Em outro áudio enviado pelo advogado, a candidata liga para a polícia para registrar o B.O. “No calor do momento, a gente colocou a criança no carro e levou para o hospital. A gente deveria ter chamado a polícia na hora, mas queria saber como faço para registrar o boletim de ocorrência”, diz Alessandra, que é aconselhada pelo policial a procurar a Delegacia de Trânsito de Anápolis.

O advogado Matheus Aguiar enviou também uma nota de posicionamento alegando que a criança atravessou a rua “por negligência dos responsáveis, que a deixaram sem nenhum cuidado”. “Os únicos responsáveis pelo ocorrido são a mãe e a avó da criança. A condutora não estava em alta velocidade, tentou desviar e conduziu a criança ao hospital”, continua a nota.

[olho author=””]A mãe da criança alegou que a candidata rogou-lhe por não chamar a polícia para não prejudicar sua candidatura. Ora leitores, nem se quer a candidata lembrou da polícia, preocupou-se somente com a saúde da criança. Para confirmar temos áudios que comprovam que a própria mãe da criança diz que não iria fazer o boletim de ocorrência. A então candidata e seu esposo, sabendo que é obrigatório a lavratura do boletim de ocorrência em caso de acidente com vítima, tentou fazê-lo após chegada do hospital, mas devido o horário não foi possível. Todo o alegado acima, será provado com áudios e vídeos da testemunha ocular do fato, que inclusive carregou a criança nos braços. Os vídeos serão postados nos meios de comunicação da então candidata. A mãe da criança está tentando ganhar proveito da situação, difamando-os pelo fato de serem advogados e candidata a vereadora.[/olho]

A Polícia Civil (PC) esclareceu que vai solicitar os relatórios médicos das lesões corporais do menor para analisar se cabe a situação uma investigação mais aprofundada.