Policial da PRF ensina alunos de curso preparatório a usarem gás lacrimogênio em viaturas; vídeo

Um trecho de uma aula de curso preparatório para ingresso na Polícia Rodoviária Federal (PRF) viralizou nas redes sociais depois da morte recente de Genivaldo de Jesus Santos durante uma abordagem da corporação. No vídeo, um professor ensina alunos a utilizarem gás lacrimogênio dentro de viaturas para conter suspeitos e ironiza a situação usando a palavra “tortura”.

 

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“O que o policial faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca. Foda-se, é bom pra caralho, a pessoa fica mansinha”, disse o professor. “Daqui a pouco escuto assim: ‘Vou morrer, vou morrer’. Aí fiquei com pena, abri e disse: ‘Tortura’. Sacanagem, fiz isso não”, conclui.

Ainda não se sabe quando a aula aconteceu, mas ela é atribuída ao professor Ronaldo Bandeira, que é policial rodoviário e leciona no curso preparatório AlfaCon, em Cascavel-PR. Em nota enviada ao portal Metrópoles, o curso informou que repudia qualquer tipo de violência contra civis. O centro informou ainda que o professor em questão não faz parte do corpo docente desde 2018.

“O AlfaCon não compactua com as informações, que não condizem com as políticas e os valores da companhia. Esse discurso tampouco está em alinhamento com os treinamentos pelos quais todos os educadores são submetidos ao ingressarem no corpo docente. O AlfaCon preza pela formação dos oficiais, valorizando a carreira policial de forma ética, entendendo a importância desses profissionais para a segurança pública”, diz o centro de ensino.

Outras declarações

Não é a primeira vez que o Alfacon se envolve em polêmicas. Foi ministrando um curso lá que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez a afirmação de que, para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), bastava mandar “um soldado e um cabo”. A declaração foi feita em 2018.

Em 2020, o centro de ensino divulgou um vídeo gravado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) incentivando estudantes do centro preparatório a estudarem para concurso da Polícia Federal. Na ocasião, o fundador da escola, Evandro Guedes, disse que as imagens eram de antes das eleições em 2018 e que “nunca fez um negócio sequer com nenhum tipo de governo”.

Com informações de Metropoles