NA ODENIR GUIMARÃES

Falha do bloqueador permitiu live de presos em rebelião, diz governo

Em coletiva de imprensa concedida na tarde desta sexta-feira (19), o superintendente de Segurança Penitenciária…

Superintendente Jonathan Marques | Foto: Jucimar de Sousa

Em coletiva de imprensa concedida na tarde desta sexta-feira (19), o superintendente de Segurança Penitenciária do Estado de Goiás, Jonathan Marques, atribuiu a live feita pelos presos amotinados na Penitenciária Odenir Guimarães (Pog), transmitida pelo Facebook, a uma apontada ineficácia dos bloqueadores de sinal usados da unidade. Pela rede social, os detentos mostraram um cenário caótico dentro do presídio com partes da estrutura em chamas e alguns presos feridos. Eles exigiam a substituição da direção do local.

De acordo com Marques, o evento de hoje tratou-se de um motim e não de uma rebelião, uma vez que, segundo ele, não houve nenhum refém. O tumulto começou no início da tarde de hoje, quando os presos que estavam no pátio para o banho de sol se recusaram a voltas para as celas quando receberam a ordem.

A revolta teria contado com a participação de 450 pessoas. Conforme Marques, após a explosão do motim, os presos passaram a quebrar parte da estrutura do presídio e a arremessar os estilhaços nos policiais. Em vídeos obtidos pela reportagem, os detentos denunciam ter sido alvos de munição letal. No entanto, o superintendente afirma que as munições usadas para conter o tumulto foram de borracha.

Durante o motim, os detentos conseguiram fazer uma transmissão ao vivo pelo Facebook, mostrando quase um cenário de guerra. O vídeo foi derrubado quase uma hora depois. Segundo Marques, o evento foi causado por falha do sistema de bloqueio de sinal usado no presídio.

“A tecnologia não era 100% eficaz. Neste exato momento, está sendo feito um estudo da Secretaria de Segurança Pública de Goiás junto com o Departamento Penitenciário Nacional para comprar um equipamento que tenha 100% de eficácia, para não faça que nós desperdicemos nosso dinheiro num equipamento obsoleto”, declarou o superintendente.

Controle da revolta e motivação

Ao Mais Goiás, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) afirmou que, por volta das 15h30, o motim já havia sido totalmente controlado. Segundo Jonathan Marques, os presos não revelaram a motivação.

Nos vídeos publicados pelo Mais Goiás, os detentos aparecem gritando pela substituição do atual diretor da Pog, Roberto Luís Lourenço. Os presos acusaram a atual direção de estar violando a cobal, liberando somente água e sabão e retendo os alimentos levados pelos familiares. “Nossa cobal chegou quarta feira, diretor veio dar sabão pra “nóis” comer. “Tamo” sem banho de sol, nós “quer” só o direito, comida digna, banho de sol. sabonete, pasta dente”, disse um preso.

Em live com o Mais Goiás nesta tarde, o governador Ronaldo Caiado negou a informação. “Não tem a menor seriedade aquilo que estão alegando. Não falta comida e não há privação daquilo que eles têm necessidade”, declarou.

O motim terminou com 3 feridos, que já foram encaminhados para atendimento médico. Não houve óbitos.