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MPGO recomenda que clube de tiro em Jataí interrompa atividades com crianças 

Empresa afirma que cumpre à risca todas as normas jurídicas

Jataí: promotora que pediu suspensão de aulas de tiro para crianças reforça que menores de 14 anos não podem utilizar nem airsoft
Curso de tiro para crianças em Jataí (Foto: Reprodução)

Na última quinta-feira (13), o Ministério Público de Goiás (MPGO), recomendou que o clube de tiro em Jataí, que virou notícia na imprensa nacional ao ministrar um curso de tiro esportivo e manuseio de arma airsoft (arma de pressão) para crianças, suspenda as atividades com menores de idade. Assim, fica determinado que o clube deve usar as redes sociais para comunicar o cancelamento do projeto que leva o nome “Hunter Atirador Mirim”.

De acordo com o documento o clube não pode realizar nenhuma outra atividade de tiro esportivo com o público infantil e adolescentes menores de 14 anos. Para o Ministério Público, devido ao cenário de ataques em escolas de todo Brasil, é preocupante o fato de crianças aprenderem a manusear armas de fogo ou simulacro.

Criança é orientada em espécie de ‘gincana’, onde acerta alvos, recarrega arma e avança em circuito — Foto: Reprodução

Ainda segundo o documento, se o clube descumprir a recomendação, poderá sofrer com responsabilização cível e criminal, além de sanção disciplinar.

O MPGO reitera que o curso de tiro para crianças em Jataí é promovido em contrariedade ao princípio da proteção integral aos direitos das crianças e dos adolescentes. O MPGO ressalta que o curso pode prejudicar a integridade psíquica das crianças.

Outro lado

Segundo o clube, a intenção é ensinar o manuseio do airsoft, “sobretudo para demonstrar que mesmo a arma de brinquedo tem as suas regras de utilização que devem ser respeitadas para evitar acidentes envolvendo menores, o que é possível de acontecer com qualquer objeto, inclusive, aqueles de uso doméstico”.

A empresa disse repudiar veementemente toda e qualquer prática irregular de tiro esportivo em seu estabelecimento e não comungar “com qualquer ato de ódio ou violência de qualquer natureza”.

O clube de tiro afirma que cumpre à risca todas as normas jurídicas e que não permite o exercício de tiro esportivo por pessoas inabilitadas em suas dependências. Mas esclarece que, no dia 1º de abril, “foi realizado um evento recreativo para crianças e adolescentes, onde os pais dos menores fizeram as respectivas inscrições de seus filhos, bem como assinaram termo de autorização” e que “o referido evento consistia em um curso de tiro esportivo e manuseio de arma airsoft (arma de pressão), o que não se confunde com arma de fogo ou simulacro, realizado por instrutores de tiro totalmente habilitados, se valendo de EPIs (equipamentos de proteção individual) para todos os envolvidos, bem como a presença dos pais dos menores”.