Meio ambiente

Urubus no zoológico é problema antigo, diz supervisor

Um vídeo que mostra um dos recintos do Zoológico de Goiânia com macaco rodeado de…

Um vídeo que mostra um dos recintos do Zoológico de Goiânia com macaco rodeado de urubus gerou discussão sobre o bem-estar dos animais que estão no parque. No vídeo, o macaco está com uma pena de um dos animais em uma pata e caminha de um lado para o outro em uma estrutura de madeira, enquanto dezenas de urubus lotam o local onde apenas o macaco deveria estar.

Ao Mais Goiás, o supervisor geral do Zoológico, Rafael Cupertino, confirmou que a presença dos urubus no parque é um problema, mas que a administração toma todas as medidas internas possíveis para evitar que as aves se aproximem dos outros animais. De acordo com Cumpertino, o parque solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Secretaria das Cidades e Meio Ambiente (Secima) auxílio para controle dos animais.

Porém os órgãos solicitaram à administração do parque cumprisse determinadas medidas para descobrir se a retirada dos urubus era realmente necessária. O horário de alimentação dos animais foi trocado, para que a comida que é distribuída não atraísse as aves, diminuindo os pontos atrativos dentro do parque; e a manutenção dos recintos foi intensificada.

Cupertino afirma que o local em que foram feitas as filmagens que estão nas redes sociais acabou de passar por manutenção. Fios de náilon foram colocados na parte de cima de todo a jaula, mas muitos urubus pousaram em cima do material, que arrebentou. “Já enviamos a documentação para o Ibama e para a Secima informando que as medidas não foram efetivas. São centenas de animais e eles precisam ser retirados dessa região”, afirma Cupertino.

O zoológico também solicitou à Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) que faça a coleta dos ovos destes animais, que geralmente fica em cima de edifícios. Mas essa fase só deve ser cumprida quando for decidido pelo Ibama o que será feito com as aves. “Nós somos os maiores interessados em resolver o problema. O que fazemos no zoológico é com o maior cuidado possível. Os animais estão bem, não falta alimento e temos muita vontade de acertar em relação aos urubus também”, diz Cupertino.

Controle

A analista em obras e urbanismo e bióloga da Amma, Laura Wiederhecker, explica que a maior preocupação do órgão em relação às aves não é a proximidade com os animais do zoológico, mas os perigos que eles podem trazer para o tráfego aéreo. “As imagens do vídeo com o macaco são normais. Se o macaco estivesse incomodado com as aves, iria para cima deles. Aquela aparente impaciência é característica de animais que vivem em cativeiro”, explica Laura. A bióloga destaca que o ambiente arborizado e água naturalmente são atrativos para as aves.

Em relação a retirada dos ovos dos urubus da cidade, Laura afirma que, por serem animais silvestres, a violação dos ninhos destas aves é crime ambiental. “Um bom motivo para permitir a translocação desses animais e a retirada para os ovos é a preocupação com aeronaves. E não depende apenas do zoológico, outras áreas de Goiânia também são monitoradas e cumprem planos de manejo destes animais, extinguindo os atrativos”, afirma a bióloga.

De acordo com Cupertino, o zoológico encaminhou ao Ibama o relatório mostrando que as medidas para evitar a presença das aves no zoológico falharam foi enviado em julho do ano passado e reenviado em janeiro deste ano. Por nota, o Ibama informou que acompanha o caso, não apenas no zoológico, mas a responsabilidade do controle da fauna é do Estado. A Secima informou que também participou das reuniões em que o zoológico pediu auxílio, mas não foi procurada novamente. A administração do parque informou que passou todas as informações necessárias à Secima oficialmente.