Eleitor é alvo de revista da GCM após ser impedido de votar em eleições de conselhos tutelares

 

Em Goiânia, no Colégio Universitário, um homem foi impedido de votar nas eleições que escolheram novos conselheiros tutelares para atuação entre 2020 e 2023, neste domingo (6). Segundo relatos de testemunhas ao Mais Goiás, o rapaz, que não foi identificado, compareceu ao local de votação três minutos antes do horário oficial para fechamento dos portões, 17h. Um vídeo mostra quando o eleitor foi alvo de uma revista, encostado na parede, com as mãos na cabeça. Apesar da abordagem e de ter sido ameaçado de prisão, ele foi liberado, segundo a própria Guarda Civil Metropolitana (GCM). Segundo a corporação, quando o eleitor chegou, já se passava das 17h.

Na gravação, os guardas afirmaram que o rapaz seria preso por pelo menos três ocorrências, uma delas desacato à autoridade. Na abordagem, um dos agentes toma o celular da mão do eleitor, que aparece de frente para a parede, com as mãos entrelaçadas na cabeça.

O outro guarda, com a arma em punho, diz em voz alta, várias vezes, para o homem que está sendo abordado colocar as mãos na cabeça. “Vira a cara pra lá. Coloca a mão na cabeça. Você está falando com polícia, não está falando com moleque, não. Vou te levar pro DP e você vai levar umas três ocorrências”.

Uma mulher gravava a ação. Ela conversa com outra e as duas parecem não entender o motivo da abordagem. “É abuso de autoridade”, diz uma delas. Em determinado momento, os guardas dizem  que vai até a delegacia ser testemunha deles. A mulher, então, se impõe aos dois: “Se quiser. Se quiser!”. O mesmo guarda que está com a arma empunhada responde: “Se quiser, não. Não é se quiser”.

O revistado chega a perguntar o motivo pelo qual isso estava acontecendo. Os dois guardas civis respondem que é por desobediência e desacato. De acordo com nota oficial da Guarda Civil Metropolitana, o homem tentou forçar a entrada, entretanto, após o horário limite. “Ao ser barrado, ele se exaltou e desacatou a equipe, que procedeu abordagem”. A GCM alega ainda que “trabalha a favor da democracia e que está disponível para quaisquer esclarecimentos”.

Assista ao vídeo da abordagem: