Bolsonaro imita pessoa com falta de ar para criticar Mandetta; vídeo

Em mais uma atitude polêmica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o tratamento inicial da covid-19 com remédios sem nenhuma eficácia científica comprovada. A fala foi dita durante a live semanal, que ocorreu na última quinta-feira (18). Na ocasião, o presidente ainda imitou uma pessoa sufocada pela falta de ar e teceu críticas ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

[olho author=””]“O apelo que eu faço a quem é contra [o tratamento inicial]… Sem problemas. Se você começar a sentir um negócio esquisito lá, você segue a receita do ministro Mandetta. Você vai para casa, e quando você estiver lá… [barulhos de alguém sufocando] com falta de ar, aí você vai para o hospital”.[/olho]

Mandetta foi o primeiro ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro e foi demitido meses depois do início da pandemia por divergências com o presidente sobre medidas sanitárias. Na época, o então ministro pedia para que o atendimento relacionado à covid-19 fosse procurado caso a pessoa sentisse falta de ar.

“Na época eu perguntei pro Mandetta: Mandetta, o cara com falta de ar vai para o hospital para fazer o quê?”, disse Bolsonaro. Segundo ele, a resposta do ex-ministro deu a entender que era “para ser entubado”.

Recomendação

O Ministério da Saúde passou a recomendar, em 9 de julho do ano passado, atendimento médico para todos aqueles que tivessem sintomas suspeitos do novo coronavírus. Desde maio, a pasta também orientou o uso de hidroxicloroquina para casos leves.

“Você que não quer o tratamento inicial, você que não quer tomar aquele remédio para matar piolho [referência à ivermectina], que não mata ninguém, fique na sua. Deixe aquela pessoa que quer tomar, que quer ouvir o seu médico, que tome”, acrescentou o presidente.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na última semana, o primeiro medicamento específico contra a covid-19. Porém, o remdesivir é utilizado apenas para o tratamento em hospitais e para pacientes já diagnosticado com a doença. Ainda não há aprovação de medicamentos para prevenção da doença.

Com a live, Bolsonaro entra em contradição, mais uma vez, após pedir o tratamento com remédios sem ineficácia comprovada. Nos últimos meses, ele apareceu em público em várias ocasiões afirmando que nunca teria recomendado o uso de fármacos com invermectiva,  hidroxicloroquina e azitromicina.

*Com informações do Poder 360