Cristóvão Tormin volta à prefeitura, mas processos contra ele seguem na Justiça

A lista de crimes pelos quais Cristóvão Tormin (PSD) é investigado é extensa. Mas com o fim do período de afastamento da Prefeitura de Luziânia que havia sido determinado pela Justiça (120 dias prorrogados por outros 120), ele conseguiu, nesta segunda-feira (19), reassumir a chefia do Executivo local, de onde estava longe desde fevereiro deste ano.

Não houve absolvição ou nenhum outro tipo de decisão favorável ao prefeito; apenas a extinção de um prazo. Portanto, os processos contra ele mantêm suas tramitações normais, inclusive aquele que bloqueou mais de R$ 3,3 milhões em bens de Cristóvão – prática adotada pela Justiça para que o poder público possa reaver ao menos parte do montante que ele teria, segundo investigações, desviado do caixa da prefeitura.

Há processos ainda motivados por suspeitas de nepotismo, corrupção e pela contratação de 130 servidores temporários para a Educação sem que houvesse processo seletivo simplificado ou lei municipal que justificasse tal ato, o que levou as autoridades a crerem que são funcionários fantasmas. O mesmo teria ocorrido com a contratação de 221 garis. Mas, sem dúvida, uma das principais investigações contra Cristóvão Tormin é coordenada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO): ele teria importunado e assediado sexualmente servidoras da prefeitura, até mesmo dentro do seu próprio gabinete.

Ainda que esteja envolto em um cenário marcado por denúncias e escândalos, Cristóvão arvorou-se em participar do processo eleitoral deste ano: ele divide seu apoio entre a candidatura a prefeito do deputado estadual Wilde Cambão (PSD) e sua vice-prefeita, que havia assumido o Executivo interinamente, Edna Aparecida (Podemos). Edna, aliás, assim como Cristóvão, responde a inquéritos no MP e na Polícia Federal.

Publicamente – como se viu nesta segunda, em um pronunciamento feito pelo prefeito – ela apoia a recondução dele ao cargo, e por dois motivos: não quer que ele atrapalhe sua campanha à reeleição e, caso Edna ganhe, Cristóvão terá forte influência na prefeitura, indicando secretários e cargos comissionados.

O vai e vem no comando da prefeitura, motivado pelos mal feitos de Cristóvão e Edna, acaba prejudicando a cidade, que vive uma apatia de ações e vê possíveis investidores se distanciarem em função da instabilidade que reina hoje na cidade, o que prejudica o desenvolvimento do município.